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Memórias do Festival - Hoje com Artur Jordão

26/06/2014 por Miguel Meira

Artur Jordão nasceu e viveu em Beja, mas é Setúbal a cidade que o acolhe há já muito tempo. É músico e é lá que tem composto grandes temas.

Participou em 1996 no programa Casa de Artistas com a sua prima Sara Margarida, tendo sido finalistas deste programa. Ao lado da sua filha, Susana Jordão (finalista do programa Os Principais) tem actuado e tocado até aos dias de hoje. Tem composto vários temas para as Marchas de Setúbal e este ano venceu o concurso para a Grande Marcha de Lisboa que foi interpretada ao longo da noite por todas as marchas ao descer a Avenida. Em 2001 forma o grupo EURO, com Sara Margarida, Francisco José e Rosário Cordeiro, concorrendo ao Festival na 1ª semifinal em Setúbal, da qual saem vencedores e disputam um lugar na grande final. Para além de intérprete, tocava piano e foi o compositor e orquestrador do tema "Amor, My Love".

 

Festivais da Canção - Que memórias tem do festival em que participou?

Artur Jordão - Guardo boas memórias do Festival em que participei em 2001, com o grupo EURO, não só porque foi a primeira vez, e era um sonho antigo, mas também porque fui compositor e orquestrador da minha própria canção, o que me deixou bastante orgulhoso. Fomos o grupo com o maior número de votos em todas as eliminatórias realizadas nesse ano, e que nos deu um alento enorme para a final a realizar em Santa Maria da Feira, infelizmente acabámos por ficar mal classificados. A nossa canção era sem dúvida uma das melhores e merecia outra classificação.

 

FC - Existe alguma história ou curiosidade sobre a sua participação no Festival que queira partilhar connosco?

AJ - Sim. No dia em que era para ser transmitido o Festival em direto pela RTP1, aconteceu o terrível desastre da ponte de Entre-os-Rios; e os responsáveis decidiram abdicar do direto, por esse facto  fomos prejudicados na votação, porquê? Não havendo o “direto” a atribuição dos prémios foi feita numa base pouco clara, porque em vez da ligação direta às capitais de distrito, foi decidida(?) por uma rádio e um jornal de cada distrito, tendo sido feita de uma maneira confusa e nada abonatória para a organização do certame ; houve sim uma votação nesse dia foi feita “à pressão”, como se costuma dizer! E ainda houve outro facto curioso, que passo a enunciar: durante os ensaios, éramos considerados o grupo com mais chances de vencer, até porque no ensaio geral foi o nosso grupo, que foi escolhido para fazer todas as cenas, incluindo a entrega de prémios final. Quando saímos do ensaio geral e fomos para o hotel, um senhor bem vestido (da RTP?), disse-me o seguinte: “vocês estão a pensar que vão ganhar, mas não vão, tirem o “cavalinho da chuva”, e não é que não ganhámos?! Até hoje não sei quem era essa pessoa. Curioso não é?

A título de mais uma curiosidade, senão um facto, é que o jornal Correio da Manhã do dia seguinte, na pág. 47, dizia o seguinte: Duo MTM vence com canção pitoresca… e mais à frente fala sobre nós : “… nesse contexto, até nem seria descabido, que o representante do canal público fosse o açucarado “Amor, My Love”, do quarteto EURO, que procurou decalcar o figurino dos suecos ABBA.

 

FC - Fale-nos sobre o tema que compôs.

AJ Amor, My Love, foi o tema que compus para o grupo EURO, do qual eu fazia parte, e era também o compositor e orquestrador (por sinal foi o último ano em que houve orquestra a acompanhar o Festival da Canção). Era um tema bastante alegre, festivaleiro, com dinâmicas diferentes, e que transmitia um cunho “europeu”, tinha frases em inglês, francês, alemão e espanhol,  e era sem dúvida nenhuma um belíssimo tema para a Eurovisão. De referir que o nome do nosso grupo EURO, advém da palavra Europa, e surgiu da seguinte maneira:
Ele inspirou-se… e compôs a música;

Universal, talvez… Não! Europeia. Sim, Europeia!

Rapidamente surgiram as ideias… as palavras… as línguas… as emoções…; O grupo cantou… resultou!

Missão cumprida. Foi só juntar as letras (da autora do poema Manuela Matos Silva).

 

FC - Para si qual é a melhor canção de sempre que passou pelos Festivais RTP (vencedora ou não)?

AJ - Para mim a melhor canção de sempre, e a que mais me marcou foi sem dúvida, "E Depois do Adeus", interpretada pelo Paulo de Carvalho em 1974. É uma canção intemporal, e que se vai ouvir ainda por muitos anos. "Um Grande, Grande Amor" do José Cid em 1980; "Esta Balada Que Te Dou" do Armando Gama em 1983 e a "Lusitana Paixão" da Dulce Pontes em 1991, foram outras canções que me marcaram profundamente.

 

Artur Jordão participou somente num Festival RTP:

2001 - Euro "Amor, My Love" (música e interpretação).

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