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Memórias do Festival - Hoje com Alexandre Ribeiro

11/06/2014 por Miguel Meira

Alexandre Ribeiro estudava Engenharia Civil e entretanto teve de emigrar, fazendo um curso em França ligado à área petrolífera chamado na altura "service engineer",

 nas áreas da perfuração e testes de poços de petróleo, onde tem trabalhado nos últimos 30 anos.
Na actualidade, tem estado mais directamente ligado à área da Gestão e é Director de Projectos onde a Logística Internacional tem sido o seu pouso. Esta vida errante levou-o a muitos países desde Inglaterra, Brasil, França, países Árabes, Angola, Estados Unidos, e é claro, onde tem aprendido sempre música, pois as guitarras e os teclados sempre o acompanharam.
 
Teve o privilégio de tocar com grandes e bons músicos e ter feito espectáculos em várias partes do mundo, do qual se salienta o Brasil, com um grupo de amigos fez um espectáculo intitulado "Cravos Tropicais", com canções originais e onde fez um vídeo com uma canção do Zeca Afonso, "Filhos da Madrugada". Este grupo de amigos ainda hoje comunica entre si e tratam-se pelo nome do tema. Em França, compôs a música de uma comédia musical que esteve em cena durante uma temporada no Theâtre de Dejazet, na Place de la Republique, e cuja peça foi convidada a ser representada no Olympia de Paris. A peça chamava-se "La Fugue du Bac", um jogo de palavras sobre a "Fugue" de J. S. Bach e Bac, que em francês significa o exame de admissão à faculdade, ou seja o último exame do ensino secundário. A história centrava-se num liceu, entre alunos e professores. Esta peça veio também fazer uma temporada no teatro do Casino Estoril, com o elenco francês, tendo no geral sido um bom espectáculo, com boas salas e óptimas audiências. Alexandre Ribeiro quer fazer uma adaptação desta obra para português.

Em Angola, Alexandre Ribeiro ganhou vários festivais de música e gravou os seus temas com um grupo coral de seis vozes, com arranjos actuais e algumas percussões. O trabalho está pronto mas sem edição ainda, chama-se "Cantar Sem Fronteiras" e tem textos de Nuno Gomes dos Santos, José Fanha e de Alexandre Ribeiro. As composições são suas.
 
A participação no Festival de 1992 deu-se pelo facto do compositor ter estado em Portugal e, com o Nuno Gomes dos Santos, reunia-se muitas vezes com outros músicos e faziam alguns temas. Compôs a "Chuva de Alegria" para o Festival, tendo sido uma das seleccionadas e que foi muito bem aceite pelos músicos. Segundo o próprio, infelizmente faltou uma força na interpretação global que não a catapultou para a ribalta, mas foi uma prestação digna e a Isabel Campelo cantou bem. A acompanhar a cantora esteve um coro de quatro vozes, do qual fazia parte Manuel Loureiro (FC1985), Ana Vasconcelos e o próprio Alexandre Ribeiro.
 
Actualmente encontra-se numa fase de criação de um projecto com Nuno Gomes dos Santos, do qual se saberá mais detalhes no princípio do próximo ano. 

Festivais da Canção - Que memórias tem do festival em que participou?

Alexandre Ribeiro - Tenho obviamente mais memórias dos Festivais em que não participei pois o Festival da Canção para os compositores e músicos da minha geração era realmente o encontro entre o que de melhor se fazia em canções: textos e poemas lindos e melodias que ficaram na nossa história. O sonho de participar vinha de longe e em 1992 quando consegui foi um momento de alegria único, partilhado com o meu amigo Nuno Gomes dos Santos que escreveu o poema que musiquei, "Chuva de Alegria", interpretado pela Isabel Campelo.

 

FC - Existe alguma história ou curiosidade sobre a sua participação no Festival que queira partilhar connosco?

AR - Curiosidade maior, além de ter conseguido reunir o Nuno Gomes dos Santos como parceiro, a orquestração feita pelo grande maestro Pedro Osório e interpretada a canção pela Isabel Campelo, foi a participação nesse ano do que viria a ser mais tarde o nosso Tony Carreira, que na altura era António Antunes, salvo erro.

 

FC - Fale-nos sobre o tema que compôs.

AR - A "Chuva de Alegria" era uma canção romântica onde nós somos natureza e se tratarmos bem a natureza o nosso amor cresce e vence. "Chuva de Alegria" a melhor chuva para colhermos amor e felicidade. Uma canção positiva e alegre que acreditei que pudesse ir mais longe. Mas foi uma participação muito digna e bonita.

 

FC - Para si qual é a melhor canção de sempre que passou pelos Festivais RTP (vencedora ou não)?

AR - Como disse no princípio da nossa conversa nós temos temas que ainda hoje são ouvidos com a mesma emoção e são grandes músicas, grandes canções pois conseguem reunir na perfeição o texto e a melodia. Para mim "Canção de Madrugar", a maior de todas e ao mesmo nível "Cavalo À Solta", "No Dia Em Que O Rei Fez Anos", "Corre Nina", "E Depois do Adeus", "Menina do Alto da Serra", e tantas outras.

Alexandre Ribeiro participou somente num Festival RTP:
1992 - Isabel Campelo "Chuva de Alegria" (música).

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